segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Amigos, amigos, apoio à parte

A estréia da Fantástica Fábrica de Cantores foi de longe a coisa mais legal de que eu já participei em toda a minha vida. E olha que eu já fiz rafting, viajei meio mundo e fiz teste para VJ da MTV.

O som que nunca foi 100% nos ensaios foi 110% ontem. O grupo inteiro parecia tomado por uma energia superior que nos transformou em super cantores performáticos, sem deslizes de nota, de afinação, de letra - exceto pela entrada tortuosa do Suite Police, rapidamente corrigida, tipo situação normal de cantar sem instrumento.

O show que seria abertura acabou fechando a noite e deixando aquele gosto de quero-mais nas nossas bocas e nos ouvidos da platéia. Que venha 2009, que venham novos arranjos, que essa história perdure e se multiplique. E se me ouvir dizer que eu não sei que rumo quero dar na vida, relembre-me deste post. Eu quero ser operário dessa fantástica fábrica. Oficialmente sem implicâncias com o nome.

Nem tudo são flores. Lógico. Se não, qual seria a graça?

Eu vivo num mundo de sonhos. Talvez por ver muitos seriados americanos baseado em histórias de amizade. Talvez por ser pisciano mesmo e ainda ter nascido numa segunda-feira (o dia da Lua). Mas na minha cabeça de filho único de pais separados, meus amigos seriam minha família, aquela turma presente em todos os momentos bons e ruins.

Ontem eu tive a comprovação de que nessa vida eu só tenho a minha mãe. E ponto. Ninguém mais se importa o suficiente. E pensar que seria diferente é ingenuidade, ilusão. Eu sempre me orgulhei de ter uma vasta gama de amigos do peito; não só aquela galera para tomar chope, mas aquele povo em quem eu poderia me apoiar sempre que precisasse. Hoje já duvido.

Normalmente os verdadeiros amigos aparecem nos momentos de crise. Mas e quando você precisa deles num momento de sucesso? E quando as coisas dão certo e você olha para a platéia e não tem uma porra de rosto conhecido? Claro, as palmas dos estranhos são bem-vindas, inflam o ego e servem ao propósito de oferecer reconhecimento. Mas é pedir muito querer dividir aquilo com os seus melhores amigos?

Pode parecer mimo, frescura, sei lá. Mas eu sempre estive presente para todos. Eu dificilmente falto a um aniversário, visito os bebês, vou aos enterros dos parentes, fui às colações de grau, sou padrinho de metade dos casamentos, organizo o amigo oculto todo ano, enxugo choros em términos de namoro. E nunca, absolutamente NUNCA, pedi qualquer coisa em troca. É demais pedir 1 hora do tempo deles num final de domingo para compartilhar comigo um momento importante?

Comandei o sorteio do amigo oculto hoje. Honestamente só porque eu sou o moderador e não sei transferir esta função. Minha vontade real ao clicar em "realizar o sorteio", era clicar em "sair do grupo".

Claro que o fato de minha mãe não ter conseguido gravar o show, - apesar de eu ter deixado a máquina em ponto de bala, para apenas apertar o botão - também contribuiu para minha descida ao inferno de elevador expresso. Na verdade eu sabia que (para isso) não dava para contar com ela, mas eu contava com UM amigo pelo menos para cumprir este papel. Não rolou...

O consolo é que - pelo menos até a chegada do Alzheimer - não tem jeito de esse show sair da minha memória. Azar de quem perdeu.

4 comentários:

Unknown disse...

Ferno, querido!

Não me resta a menor dúvida de que cada pessoa teve seus motivos para não estar presente em seu show, no último Sábado!

Fazia parte dos nossos PLANOS CONFIRMADOS, para o final de semana passado, prestigiá-lo em Botafogo. Isso já estava certo! E eu ainda lhe digo mais: minha mãe também iria conosco! Pode perguntar!

Mas acontece que tivemos um churrasco no Recreio para ir no Sábado cedo e, depois de quase cairmos de carro dentro de um buraco imenso no caminho, passamos o resto do dia de castigo numa borracharia, tentando recuperar a roda do carro.

Te peço desculpas pela nossa ausência, mas entenda que SEMPRE faremos de tudo para estar presente em seus momentos BONS e RUINS.

Foi triste para você pela ausência dos amigos e angustiante para nós, diante daquela situação em que NADA poderia ser feito!

Sei que você sabe de tudo isso... mas estou achando necessário dar uma reforçadinha neste momento, digamos, meio deprê!

TE AMO!
Sua amizade é tudo na minha vida, meu padrinho querido!

Um beijinho no seu coração!
Flavinha.

Unknown disse...

Deixa eu ver se entendi: vc está no Molho Inglês? Se está, esteve em Conservatória semana passada? Num tô acreditando.....
Bjins!
=)
PS1: Sou a primeira a comentar na casa nova do Ferno?
PS2: Fica assim não.... Sou testemunha (mesmo que virtual) de suas aventuras com seus amigos. Tenho certeza de que foi uma triste coincidência.

Dantas disse...

Meu camarada, infelizmente, quando entra uma pessoinha em nossas vidas a coisa muda um pouco. Você vive em função dela (festinhas, casa...). Principalmente se não tem com quem deixá-la e só depende de nós, pais, mesmo.

Eu havia lhe dito isto antes. Ela tem a vida social agitada e teve 3 festinhas num único fim de semana e, confesso, que minha agenda se anula e eu não lembrei do seu show. Até porque, como já havia dito que não poderíamos ir, a agenda mudou.

É chato fazer show sem conhecidos na platéia. Passei por esta experiência algumas vezes, no coral e com o Sfincther. Mas te garanto que é um aprendizado.

Desconhecidos são mais críticos que os amigos, tenha certeza. A maioria dos seus conhecidos falaria que foi maravilhoso, etc, não tenha dúvida. Mas estes que aplaudiram vc (e ao grupo), com certeza, gostaram do que viram e, principalmente, ouviram.

Cara, não se abale assim, viu? Eu mesmo já tive várias decepções do gênero em relação a amigos e, em quase todas não concluí nada.

Um exemplo mesmo foi qdo a Bolotinha nasceu. Eu tb sempre fui presente em TODOS os eventos de amigos, fui padrinho de muita gente, etc. Após um período do nascimento as pessoas acham q vc não tem vida e, até aqueles que vc julga melhores amigos, te ignoram. Até pra comemoração de seus aniversários, deixam de chamar julgando "que vc não vai poder mesmo ir", sem ao menos perguntar ou convidar...

É... Realmente, não vale a pena se chatear por isso. Não é justificativa, não, viu? Mas não vale a pena ser tão ácido. Os verdadeiros amigos estão com vc sempre, viu?

Decepções a parte: tenho certeza do seu sucesso e torço sempre por ti!

Abs

Jr

Debby disse...

Agora que sou bloggeira (como se nao me bastasse o novo portuga), me senti envergonhada ao ler o seu Post (e como prometi a mim mesma que nunca mais iria aprisionar nenhum tipo de sentimento dentro de mim, resolvi escrever mesmo que vc nao leia, por ser um Post consideravelmente "antigo").
Enfim, me fez lembrar 2 momentos importantes na minha vida
1) Minhas formaturas (situaçao semelhante à sua);
2) O rosto de um amigo que chegou (ultra mega hiper cansado morrendo de frio sendo aparado por um cobertor) ao me ver tirando foto dele assim que ele saiu do mar na sua primeira travessia dos fortes (Copa-Leme)...ele esperava alguem mais importante do que eu lá para vê-lo chegar (a esposa)...mas enfim, a pessoa que estava lá naquele momento fui eu.

Quisera eu que a situação (2) se repetisse no seu caso, e não a (1).

Mas, enfim, so sorry. Eu nao sabia o quao importante era. Agora eu sei.